Em 1882 um clássico de Machado de Assis é lançado: O Alienista. Não me atenho aos detalhes da novela, contudo, o texto termina sem um final definitivo: Quem eram os verdadeiros loucos? No atual debate entre ortodoxos e heterodoxos, as expectativas são vistas de maneira oposta. Se por um lado um a utiliza como principal mecanismo de transmissão, o outro não acredita que possa ser possível que todos nós possamos fazer previsões sobre o futuro com a mesma acurácia.
É dentro disto que nasce este estudo. O sistema de expectativas brasileiro tem sido eficaz na previsão da taxa de juros? Isto é, ao longo do tempo, quanto acertamos e quanto erramos?
Para realizar esta análise utilizei um script que possibilita a comparação entre a SELIC histórica (realizada) e a SELIC prevista (pelo boletim FOCUS). O estudo mostra uma tendência clara: Conseguimos ter algum nível de previsão, contudo, não é possível afirmar que não existem limitações em ambas as teorias.
Opinião: A captura da taxa SELIC pelo sistema de previsões tem sido mista ao longo do tempo. O médio e longo prazo é possível ter uma ideia mais concreta do real movimento da taxa. Contudo, no curto prazo, erramos bastante. Assim como em machado, não existe um louco nesta relação.
Fonte: BCB, Ricardo Melo
Créditos pelo script: Análise Macro